
2020-02-01 08:00:00
A trajetória de um vencedor
A trajetória de um vencedorHindenburg Cruvinel Guimarães da CostaDepois de tantas vitórias profissionais na vida, Hindenburg dá a receita para se vencer na vida: “além de humildade, muito cotovelo na mesa para estudar e trabalhar muito”.
Há alguns anos, as crianças poderiam começar a trabalhar cedo e não havia muita preocupação com a formação escolar em primeiro lugar, porém, foi uma oportunidade de muitos para compreenderem a importância de ser focado no trabalho e crescerem sabendo que é uma necessidade de todos, pois antes de tudo, praticamente, ele era também uma formação do caráter da criança.
Assim aconteceu com Hindenburg Cruvinel Guimarães da Costa, filho de Sebastião Pereira da Costa e Neuza Cruvinel Guimarães da Costa, casado com Érika Bernardes Palazzo Ribeiro Cruvinel, união que gerou a única filha, Gabriella Ribeiro Cruvinel Guimarães da Costa.
Aos seis anos de idade, Hindenburg começou a trabalhar e suas ferramentas ficavam dentro de uma caixa de engraxate. Isso aconteceu quando veio à Rio Verde e esteve com sua avó, que trabalhava em uma pensão. O menino viu a caixa e perguntou a avó, se poderia trabalhar com ela. Tendo a autorização, pegou a caixa e o seu primeiro ponto, foi na famosa Praça dos Coqueiros, onde aprendeu a gostar de trabalhar e também de engraxar.
Quando voltou para Trindade, onde seu pai servia como militar, morava com a família, ele mesmo construiu sua própria caixa de engraxate, com tábuas de caixas de carregar frutas nas feiras e mercados, e trabalhou nessa profissão até os onze anos.
Hindenburg começou a trabalhar muito cedo e adquiriu a percepção que trabalhar era normal e que todo ser humano precisa disso para sobreviver, tanto, que Trindade ainda era uma cidade muito pequena e as pessoas o perguntavam a ele se o pai não se importava que ele trabalhasse como engraxate. Era uma pergunta que ele nunca entendeu o porquê.
Visionário que já era com aquela idade, sempre foi excelente estudante e começou seus estudos na Escola da Professora Iraci Borges; depois, Colégio Estadual Castelo Branco; apenas um ano no Colégio Padre Pelágio; depois, em um colégio de Padre, chamado Divino Pai Eterno. Quando passou para o segundo grau, ele próprio sentiu necessidade de uma aprendizagem mais profunda, e o pai conseguiu meia bolsa de estudos para ele estudar no Colégio Ateneu Dom Bosco, em Goiânia.
Sua formação superior começou em 1987, na Universidade Católica de Goiânia; nesse mesmo período, Hindenburg passou em um concurso para o oficialato do Corpo de Fuzileiros Navais, onde serviu por onze meses, quando passou no vestibular em Ribeirão Preto, onde se formou farmacêutico bioquímico, na universidade de Ribeirão Preto, colando grau em agosto de 1993, e no mesmo mês, começou sua carreira em Alto Araguaia, Estado de Mato Grosso, cidade para onde seu pai havia sido transferido.
Em 1996 o Estado do Mato Grosso passava por uma grande crise econômica e meu pai já estava morando em Rio Verde, quando me convidou para vir morar junto com a família e trabalhar aqui, pois a vinda da Perdigão para a região era promessa de progresso.
O grande empreendedor aceitou a ideia e veio para Rio Verde, onde, com a ajuda dos pais, que eram funcionários públicos e aproveitara uma oportunidade de pedido de demissão voluntária do governo, pegaram seus recursos e juntaram com um pouco que o filho tinha, fizeram ainda um empréstimo no Banco do Estado de Goiás, e montaram o laboratório que foi inaugurado em 10 de março de 1997.
Seu interesse pela área farmacêutica veio quando ainda em Trindade, cidade provinciana na época, Hindenburg andava muito e levava seus próprios exames para laboratórios, quando começou a se interessar pelo que os profissionais observavam nos microscópios. O jovem empreendedor se apaixonou pela profissão e encarou todos os desafios, já que quando veio para Rio Verde, aqui já existia treze laboratórios importantes. Apesar disso, os laboratórios enviavam os exames para serem analisados, fora da cidade, e ele já compreendia que a tecnologia tinha que ser implementada a esses laboratórios. Com muita determinação, adquiriu equipamentos com tecnologia de ponta e começou a trabalhar com afinco.
Vieram os convênios com o laboratório. “Através da influência de meu pai, consegui o IPASGO. O doutor Aercio, médico da cidade, me ajudou muito com outros convênios e por fim, no último ano do doutor Paulo do Vale, como secretário de saúde, ele me presenteou com o SUS. Eu nunca vou esquecer disso.” Disse Hindenburg.
No final dos anos 90, Hindenburg começou a inaugurar filiais nos bairros mais distantes do centro para atender mais de perto, a população. Em Santo Antônio da Barra tem uma unidade da Hormonal, nome da rede, desde 2002, em Alto Araguaia, Mato Grosso, também tem unidade.
Hoje, fora as unidades físicas, o trabalho mais difícil é atender as prefeituras e as cidades pequenas onde não são possíveis fazer os exames no local, por isso, a Rede Hormonal chegou a ter 22 laboratórios como apoio, sendo que hoje, o atendimento é de 12 laboratório. Porto Alegre do Norte, Ribeirão Cascalheiras, Araguaína, Alto Araguaia, Acreúna e outras.
“Atualmente, enviamos para fazer fora, somente os exames que não têm rotina e que não compensam adquirir tecnologia para faze-los, aqui. Exames de DNA, marcador viral, esses vão para fora, mas, exames de alta complexidade como insulina, glucagon, são feitos aqui, de um dia para o outro, na Rede Hormonal.” Explicou Hindenburg.
A sede da Hormonal hoje, é um prédio grande no centro da cidade, que abriga, além de 36 salas de consultórios de várias especialidades, o laboratório e a farmácia, empregando diretamente, quarenta e duas pessoas, mais, indiretamente, sessenta.
O empresário também é formado em Microbiologia Clínica, pela USP Ribeirão Preto; Citologia Clínica, pela Universidade de Ribeirão Preto; Mestrado em Análises Clínicas, pela UNESP Araraquara; Professor de Microbiologia Clínica desde 1993 e hoje, dá aulas na UNIRV.
Depois de tantas vitórias profissionais na vida, Hindenburg dá a receita para se vencer na vida: “além de humildade, muito cotovelo na mesa para estudar e trabalhar muito”. Ele confessa que seu primeiro sonho foi ter um pequeno laboratório que fizesse cerca de 20 exames por dia, e hoje, somente na sede, passam mais de 800 pessoas por dia.
Ao longo dessa trajetória de sucesso, teve muito trabalho e dedicação, porém, ela foi além do que ele imaginou. “O primeiro sonho foi meu, mas o resultado final foi obra do Senhor Deus”. Disse Hindenburg.
Texto:
Divino Ramos